A pandemia da Covid-19 só piorou as coisas. O primeiro ano desta crise foi devastador para mulheres e meninas: o uso de contraceptivos modernos caiu 20%, as mortes maternas aumentaram 42% e o número de meninas menores de 11 anos dando à luz quadruplicou.
O relatório anual de 2020 do escritório de direitos humanos do Peru relatou 5,5 mil casos de mulheres desaparecidas (a maioria delas com menos de 18 anos), 138 feminicídios e 208 tentativas de feminicídios.
O número de ligações para uma linha direta de violência doméstica e sexual praticamente dobrou em 2020, em comparação com 2019.
Além disso, o Peru é, há décadas, um importante polo para grupos latino-americanos "anti-direitos" que fazem campanha contra os direitos sexuais e reprodutivos. É a pátria da crescente plataforma 'anti-gênero' 'Con Mis Hijos No Te Metas', que tentou proibir a educação sexual abrangente.
Sem boas opções em junho
Pedro Castillo atualmente lidera por pouco as pesquisas de intenção de voto. Professor, sindicalista e autodenominado “esquerdista radical” do partido Peru Livre (Perú Libre), tem apoio em áreas rurais e pobres.
Castillo promete expandir drasticamente os gastos públicos com saúde e educação, mas também se declarou “absolutamente contra” as escolas que ensinam temas como igualdade de gênero, respeito à diversidade sexual e não discriminação.
Castillo afirma que a legalização do aborto poderia ser debatida por uma nova assembleia constitucional que planeja instalar se for eleito (os pesquisas de 2020 mostram que 48% dos peruanos são a favor de legalizar o aborto, contra 40% que são contra). Sobre o assunto, Castillo advertiu: “Pessoalmente, sou contra”. Sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo: “Pior ainda; primeiro a família."
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